Em Cambará do Sul visite e aproveite as trilhas dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral.

O primeiro abriga o famoso Cânion de Itaimbezinho e possui 3 trilhas: a do Rio do Boi, mais difícil por dentro do cânion; a do Vértice, mais fácil e com bela visão da cascata das Andorinhas; e a do Cotovelo, que passa pela Cachoeira Véu da Noiva e termina com a vista panorâmica do Cânion Itaimbezinho.

Já no Parque Nacional da Serra Geral fica o Cânion Fortaleza e a trilha da Pedra do Segredo, a maior, que passa pela Cachoeira do Tigre Preto e proporciona uma visão panorâmica da região. Também os cânions Malacara e Churriado e outros menores fora do parque são cheios de piscinas naturais e cascatas, com ótimos passeios, a pé ou a cavalo. Não vá embora sem experimentar o mel produzido na mata local, nem os pratos típicos gaúchos, servidos no fogão à lenha, acompanhados de um bom e tradicional vinho colonial. Uma delícia.

Parque Nacional de Aparados da Serra

O Parque Nacional de Aparados da Serra abriga o Cânion Itaimbezinho, cartão-postal da região.

Com uma área de 13.141,05 ha, o Parque Nacional de Aparados da Serra foi criado em 1959 e se estende de Cambará do Sul até Urubici/SC, na Serra Catarinense, sendo que Cambará do Sul e Praia Grande/SC possuem parte de seus territórios dentro do Parque.

A partir de Cambará do Sul, a entrada do Parque é acessada via Estrada do Itaimbezinho (RS 427) e mais 18 km de estrada de terra, em um total de 23 km. De Praia Grande, são 26 km de estrada de terra até o Centro de Visitantes, via Serra do Faxinal (SC 450 e depois RS 427).

Com paredões verticais de até 700 metros de altura e transição abrupta para um relevo suave, o Parque possui um ecossistema rico pela biodiversidade, formado pela Mata Atlântica, Floresta de Araucária e campos, habitat naturais de papagaios-de-peito-roxo, a jaguatirica e o leão-baio.

Dentro do Parque está localizado o Cânion Itaimbezinho, um dos mais famosos e maiores do Brasil, com trilhas nas suas margens e também no interior do vale. O nome Itaimbé, do tupi-guarani, significa “pedra cortada” e os paredões rochosos que formam o cânion possuem até 720 metros de profundidade e 600 metros de largura, se estendendo por 5,8 km.

A visitação a partir de Cambará do Sul permite o acesso às duas trilhas na parte alta: do Vértice e do Cotovelo, que podem ser percorridos a pé ou de bicicleta. Já a Trilha do Rio do Boi percorre o interior do cânion e tem entrada pelo Portão do município de Praia Grande/SC.  

Trilha do Cotovelo: leve e bem sinalizada, esta trilha de 6,3 km (ida e volta) inicia na Sede do Parque de Cambará do Sul, passa pelo mirante da cachoeira Véu da Noiva e segue até o Mirante do Cotovelo, com uma vista incrível dos paredões do Cânion Itaimbezinho. Pode ser percorrida em 3 horas.

Trilha do Vértice: a mais fácil do parque, a Trilha do Vértice é bem sinalizada e tem 1,4 km (ida e volta) de caminhada leve, percorridos em 40 minutos. Tem início no Centro de Visitantes e segue pelas bordas do Cânion Itaimbezinho até o Mirante do Vértice, de onde se avista a cascata das Andorinhas, uma queda de 700 metros de altura, que forma um belo espetáculo.

Trilha do Rio do Boi: a mais difícil do parque, a Trilha do Rio do Boi percorre o Cânion Itaimbezinho pelo seu interior, em um percurso de 8 km (ida e volta), com duração de 5 a 9 horas, pelas pedras e leito do Rio do Boi, aonde em alguns locais a profundidade chega a 60 cm. O início da trilha é no Posto de Fiscalização do Parque e chega até a Cruz, uma curva formada pelas fendas do Itaimbezinho. Para fazer a trilha é necessário o acompanhamento de um guia.

Parque Nacional da Serra Geral

Cânion Fortaleza, no Parque Nacional da Serra Geral, é o mais visitado e considerado um dos mais exuberantes da região.

Em 1992 foi criado o Parque Nacional da Serra Geral, de 17.300 ha, com o objetivo de ampliar a área de preservação do Parque Nacional Aparados da Serra, seu vizinho, totalizando uma área de aproximadamente 30.360 ha de proteção ambiental.

Cambará do Sul, Praia Grande/SC e Jacinto Machado/SC têm parte das suas áreas dentro do Parque, sendo em Cambará do Sul o portão principal, que fica a 22 km do Centro da cidade, via estrada de terra em bom estado de conservação.

O Parque abriga os grandes cânions de Fortaleza, Malacara e Churriado, além dos menores como Índios Coroados, Corujão e Leão, que estão entre as 63 gigantescas escarpas do Parque.

O Cânion Fortaleza é o mais visitado e tem este nome devido ao seu formato, que lembra um forte militar. O Cânion tem 7,5 km de extensão, 900 metros de altura e 1,5 km de largura e conta com 3 trilhas abertas a visitação: o Mirante, a da Cachoeira do Tigre Preto e o da Pedra do Segredo, todas pelas bordas dos cânions.

Trilha do Mirante: são 3 km (ida e volta) de caminhada, onde se tem uma visão panorâmica do Cânion Fortaleza e, em dias claros, é possível avistar também parte da planície catarinense e do litoral gaúcho. Para subir ao topo, uma hora e meia de subida é recompensada pela bela paisagem do cânion e do Rio da Pedra que corre pelo vale. 

Trilha da Cachoeira do Tigre Preto: a bela trilha passa em um lajeado por cima da Cachoeira do Tigre Preto antes de chegar a sequência de três belas quedas, que tem 400 metros de altura. São 3 km (ida e volta) de caminhada. Para chegar à queda mais alta é preciso atravessar o Arroio Segredo, com profundidade de até 60 centímetros, e caminhar mais 30 minutos (ida).

Trilha da Pedra do Segredo: a trilha tem início a partir da Cachoeira do Tigre Preto, com mais 1 km de caminhada para chegar à bela e intrigante Pedra do Segredo, um bloco de 5 metros de altura e 30 toneladas que se equilibra em uma base pequena de 50 centímetros.
Já o Cânion Malacara ainda é pouco conhecido e um dos menos visitados, e ganhou este nome por apresentar manchas mais claras nos paredões, assim como os cavalos chamados ‘malacaros’. Apresenta uma beleza única, com 3,5 km de extensão e uma profundidade média de 780 metros, chegando a 1.000 metros em alguns pontos. Para visualizar o Cânion do alto é preciso seguir a Trilha Malacara e para chegar as suas piscinas naturais, é necessário seguir a Trilha do Poço do Malacara. Mesmo fazendo parte do Parque, esta trilha não possui infraestrutura turística e tem acesso livre, sem cobrança de taxas. Porém, é recomendado o acompanhamento de um guia da região.

Trilha do Malacara: a trilha possui 16 km (ida e volta), com início em local próximo ao Cânion Fortaleza, seguindo em direção sul do Parque. A caminhada que leva em torno de 5 horas é realizada nas bordas do Cânion entre os Campos de Cima da Serra, e passa pelos Cânions Leão, Corujão e chega até o Cânion Churriado, para depois alcançar o Cânion Malacara.

Trilha do Poço do Malacara: o Poço do Malacara é uma grande piscina natural formada no interior do Cânion Malacara. Para chegar até lá é preciso percorrer uma trilha de 7 km (ida e volta), com duração aproximada de 5 a 6 horas, dependendo das paradas. Para chegar ao início da trilha são 20 minutos de carro do centro de Cambará do Sul até as margens do Rio Malacara, próximo ao Refúgio Ecológico Pedra Afiada, na localidade de Vila Rosa. A partir daí, o caminho segue pelas pedras, passando por outras piscinas naturais entre os paredões.

O Cânion Churriado, assim como seu vizinho Malacara, ainda é pouco explorado e um dos mais selvagens, pela mata nativa e estrutura preservada. O Cânion tem este nome devido aos musgos de coloração verde forte em seus paredões verticais, com ângulos de 90 graus, que lembram o “churrio”, termo regional para a diarreia de bezerros recém-nascidos. O Cânion possui 3 km de extensão e altura dos paredões variando entre 250 e 700 metros. O Cânion fica no caminho do Cânion Malacara, com um pequeno desvio para o mirante principal.

Já o Cânion dos Índios Coroados possui 1,5 km de extensão e profundidade média de 700 metros, além de uma bela cachoeira de mesmo nome com dois fios d’água. Para chegar ao seu mirante é preciso caminhar apenas 20 minutos até a borda do Cânion, com início fora do Parque, a 500 metros da estrada da Serra do Faxinal, exatamente na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em seu mirante é possível ter uma ampla vista do Parque Nacional da Serra Geral e de parte do litoral do extremo sul de Santa Catarina.

Outros Cânions

Nesta rica região, os arredores dos Parques Nacionais também reservam cânions de extrema beleza.

Cânions da Pedra e Cambajuva: uma trilha de 20 km de caminhada, de 7 horas, percorre as bordas dos Cânions da Pedra e Cambajuva, nas margens do Parque Nacional da Serra Geral. A trilha segue por entre Campos de Altitude e Mata de Araucárias. Um delicioso e tranquilo passeio que pode ser realizado a pé, ou a cavalo.

Cânion Josafaz: localizado na comunidade Josafaz, o Cânion de mesmo nome é um dos maiores cânions da região, com 16 km de extensão. Existem 3 trilhas que podem ser percorridas, totalizando um percurso de 31 km de extensão, que dura até 3 dias, com acampamentos. Os primeiros 11 km passam pelas bordas do Cânion, por entre Campos, Matas de Araucárias e arroios, acampando na cidade de Três Forquilhas. Os próximos 9 km são percorridos no interior do Cânion e tem acampamento em Praia Grande/SC. E os 10 últimos km são em área da comunidade de São Roque, em Praia Grande, quando termina a travessia.

Cânion Monte Negro: localizado em São José dos Ausentes, a 50 km de Cambará do Sul, o local abriga o pico do Monte Negro, o ponto mais alto do Rio Grande do Sul com 1.403 metros. O acesso é por uma fazenda particular na Vila Silveira e a trilha pode ser feita de carro ou caminhando. Para chegar ao ponto mais alto é necessário bom preparo físico, pois a subida é íngreme, mas a vista da região recompensa.

Cachoeiras

As cachoeiras entre os vales possuem águas cristalinas para banhos e ótima estrutura para prática de rapel. 

Cachoeira dos Venâncios: localizada na Fazenda da Cachoeira, é um conjunto de quatro quedas pelo rio, com até 100 metros de largura, onde é possível tomar banhos refrescantes. Para chegar a todas as cachoeiras é preciso seguir a descida da água pela trilha dentro da mata na área da fazenda.

Cachoeira do Cipreste: localizada na Fazenda Capão da Erva, a Cachoeira do Cipreste é o ponto preferido para prática do rapel, com duas descidas de 25 metros.

Kridjijimbé - Réplica dos Cânions

Cânions Fortaleza, Itaimbezinho, Malacara, Churriado e outros vistos de uma só vez? Apenas no Kridjijimbé.

O estranho nome de Kridjijimbé é de origem indígena e significa “conjunto de cânions”. Agora ficou mais fácil, não é? Kridjijimbé é um espaço que abriga o trabalho realizado pelo artista plástico Marlon Silva, de Caxias do Sul, que utilizou a técnica chamada por ele de bioarte para montar uma réplica de 20 metros dos cânions da região.

A obra levou 6 meses para ficar pronta e reproduz as fendas, rios, vales, cascatas e cachoeiras, além da Pedra do Segredo. Tudo igualzinho ao natural.

Passeio do Mel

Provar o mel local é programa obrigatório para quem visita Cambará do Sul. A cidade é conhecida como a ‘Capital do mel puro’, são cerca de 200 toneladas por ano produzidas em meio às matas nativas.

A cidade, para estimular o conhecimento sobre o produto local, criou o Passeio do Mel, que possui duas etapas. Na primeira, os visitantes vão ao apiário e lá conhecem os equipamentos e vestuários utilizados para manipular as caixas de abelha, além de aprenderem sobre a vida das abelhas. Após, os visitantes vão a campo, onde descobrem quais árvores são utilizadas pelas abelhas para produzir o mel.

A segunda etapa do passeio ocorre na cidade, na Casa do Mel, onde o visitante acompanha as fases do processamento do mel e provam os diferentes tipos de mel (até mel branco) e seus derivados, como a geleia real e os favos.

O passeio dura em média duas horas. O Apiário Cambará fornece os equipamentos necessários para que o turista realize a visitação com toda a segurança.

Cambará do Sul é movimentada o ano todo. Durante o inverno, os amantes do frio ‘sobem’ para a serra em busca das paisagens brancas de geada (e muitas vezes de neve!). E no verão, o calor não é tão intenso e proporciona cenários dignos do paraíso, além de se aproveitar mais as cachoeiras e as piscinas naturais de algumas trilhas.

O clima na cidade é imprevisível. Tanto no verão quanto no inverno há formação de nevoeiros nos cânions. Então, antes de ir para um passeio, é bom ligar para os Parques e verificar se a visibilidade é de 100%, para poder observar melhor e mais ao longe. Entretanto, os nevoeiros também podem sumir durante o dia. Com esta variação, sorte é sempre bem vinda!

E em julho, cavaleiros e amazonas fazem uma Cavalgada de sete dias às margens dos cânions da região, reconstituindo o caminho que os tropeiros faziam no século XVIII em direção à Sorocaba/SP. Os participantes passam pelas cidades de São José dos Ausentes, Bom Jardim da Serra e Cambará do Sul e todos os anos variam os pontos de partida e chegada. Para informações sobre a Cavalgada deste ano, entre em contato com a Secretaria de Turismo de Cambará do Sul.

De avião:

O Aeroporto Regional de Caxias do Sul/RS - Hugo Cantergiani fica a 137 km de Cambará do Sul e recebe voos diários das companhias aéreas Azul e Gol em vários horários, originários de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.

Outra opção é o Aeroporto Diomício Freitas, localizado no município de Forquilhinha/SC, localizado a 124 km. O aeroporto recebe voos diários pela Cia Azul originário de São Paulo. 

E a opção com maior número de voos é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que atende as principais companhias aéreas brasileiras e algumas internacionais. O aeroporto fica a 177 km de Cambará do Sul.

De carro:

Saindo de Porto Alegre o melhor caminho é via Serra Gaúcha pela RS 020 até Cambará do Sul. São 185 km.

Saindo de Florianópolis, seguir pela BR 101 até o trevo com a BR 285 após Araranguá. Acessar a BR 285 até a bifurcação da RS 020 que segue até Cambará do Sul. São 330 km.

De ônibus:

De Porto Alegre há apenas uma linha direta para Cambará do Sul (linha Ouro Verde/Vista Alegre) em um horário (06h) pela empresa Citral, a uma tarifa de R$ 32,05. De Caxias do Sul/RS a empresa São Marcos faz a linha até Cambará do Sul, também em um único horário diário 17:30min (segunda, terça, quarta e sexta), 13:30min no sábado e 20:30min no domingo, por R$ 25,70. Das demais capitais é necessário ir até Porto Alegre.

Casa do Turista
Avenida Getúlio Vargas, 1.720
Telefone: (54) 3251-1320
Email: [email protected]
Horário de funcionamento: diariamente das 08 às 18h.

Secretaria Municipal do Turismo
Rua Adail de Lima Valim, 39
Telefone: (54) 3251-1557
Email: [email protected]
Horário de funcionamento: segunda a sexta das 08 às 12h e das 13:30 às 17:30min.

Parque Nacional dos Aparados da Serra
Acesso pela RS 020 ou BR 101 - via Serra do Faxinal
Fones: (54) 3251-1277 ou 3251-1262
E-mail: [email protected]
Site: http://www.icmbio.gov.br/parnaaparadosdaserra/ 
Horário de funcionamento: terça a domingo das 08 às 17h.
Ingressos: R$ 13,00 por pessoa. Brasileiros: R$ 6,50 Menores de 12 anos e maiores de 60 anos são isentos.
Veículos: R$ 5,00 automóveis, R$ 10,00 ônibus e R$ 3,00 motos.

Parque Nacional da Serra Geral
Fone: (54) 3251-1277 ou 3251-1262
E-mail [email protected]
Site: http://www.icmbio.gov.br
Horário de funcionamento: segunda a domingo das 08 às 17h e de 08 às 18h no Horário de Verão.
Não há cobrança de entrada.

Kridjijimbé
Agência Cânion Turismo
Avenida Getúlio Vargas, 1.098 - sala 01 (em frente à Praça da Igreja Matriz)
Fones: (54) 3251-1027 ou (54) 8117-1017 ou (54) 9984-5766
Horário de funcionamento: diariamente das 08 às 12h e das 14 às 18h.
Valor do ingresso: R$ 5,00 por pessoa.