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Miranda está localizada entre Campo Grande e Corumbá, a 210 km da Capital, e é o ‘Portal do Pantanal’, pois a partir do trevo de entrada da cidade já é possível avistar a grande planície alagada, um dos biomas mais ricos em fauna e flora e belezas naturais do Brasil.

Com 236 anos, Miranda possui muita história para contar. A cidade cresceu no entorno do Presídio Nossa Senhora do Carmo do Mondego, ou Presídio de Miranda, que foi construído próximo ao Rio Mondego, atual Rio Miranda, a pedido do governo da época. Em seu entorno cresceu a cidade, que se emancipou em 1778, sendo grande parte dos habitantes de etnias indígenas.

Miranda possui a segunda maior população indígena de Mato Grosso do Sul, sendo a etnia Terena a predominante. A maior aldeia é a Cachoeirinha, que está subdividida em Babaçu, Argola, Lagoinha, Cachoeirinha Sede e Morrinho. Além desta, as aldeias de Moreira, Passarinho e Lalima completam a população local. E para vivenciar a cultura e tradição dos terenos, é possível visitar as aldeias. Uma experiência inesquecível.

A cidade ganhou impulso para o desenvolvimento com a construção da linha férrea, em 1912, e a inauguração das estações rurais de Bodoquena, Guaicurus e Salobra, atualmente desativadas. Entretanto, resgatando a história da ferrovia hoje circula o Trem do Pantanal, cujo trajeto parte de Campo Grande aos sábados rumo à Miranda, com parada em Aquidauana. Um dia todo viajando e curtindo belas paisagens marcadas no primeiro trecho por campos de cerrado, com pastagens e rebanhos de gado e no segundo pela imensa planície alagada do pantanal.

A Estação Ferroviária de Miranda, ponto final do Trem, é a mais antiga do Mato Grosso do Sul e preserva a construção original de 1912. Atualmente, o local abriga a Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Esportes, a Casa do Artesão, o Museu Ferroviário e o Bar Plataforma do Peixe, um ótimo lugar para experimentar os pratos típicos regionais a base de peixes pantaneiros.

A história de Miranda também está preservada em termos arquitetônicos. O Centro da cidade possui diversos casarios coloniais próximos a Praça Central, como a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, de 1931, o prédio da Prefeitura e a antiga escola da cidade em estilo Art Deco. E, na área rural, a antiga Usina de Açúcar Santo Antônio, ainda com maquinários existentes em seu interior, marca o estilo de construção de 1900 e está em processo de restauração para se tornar um museu. Visita obrigatória.

O Rio Miranda movimenta o turismo na cidade. Empresas oferecem passeios de barco, que passam pelo encontro das águas cristalinas do Rio Salobra com as águas turvas do Rio Miranda, e safári fotográfico, para registrar a exuberante fauna e flora pantaneira. Pelo trajeto do rio há formação de piscinas naturais, lagoas e cachoeiras, que atraem muitos visitantes e moradores, em especial nos finais de semana.

Miranda apresenta bons hotéis e pousadas e muitos deles funcionam nas fazendas pantaneiras, uma beleza a parte. A Fazenda San Francisco e a Fazenda Santa Inês são as mais conhecidas e oferecem uma variedade de atividades de lazer, como cavalgadas, pescaria esportiva, passeios de charrete, passeios pelo rio com canoa canadense ou barco a remo, safáris fotográficos, caminhadas por trilhas pela mata e focagem noturna de jacarés.

Para aproveitar o melhor de Miranda fique atento às estações pantaneiras. As cheias ocorrem de dezembro a março, com muita chuva e o pantanal alagado, ideal para observação de aves. A seca ocorre de julho e setembro, sendo o período ideal para observação dos mamíferos raros da região e da vegetação verde e florida. E, entre abril e maio, há a formação de lagoas que represam algumas das 280 espécies de peixes, entre dourados, pintados, pacus e piranhas, atraindo seus predadores, como aves e jacarés, momento bom para observa-los.

Miranda é um misto de história e belezas naturais, sendo parada obrigatória no Pantanal sul mato-grossense.

Saiba mais sobre o MS: Bonito | Campo Grande

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