Goiás
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A cidade uma vez já conhecida como Vila Boa de Goiás, é uma volta aos tempos coloniais. As igrejas do século 18, o centro histórico tombado pela Unesco, a casa intacta da artista Cora Coralina, os tradicionais e saborosos doces goianos denotam toda a tradição de uma cidade pequena que já foi capital de Goiás. Uma homenagem a este fato acontece todos os anos, de 24 a 27 de julho, a cidade volta a ser a capital do estado em uma transferência simbólica e respeito à memória.
Para se locomover pela cidade dispense o carro e caminhe pelas ruas simples e aconchegantes. No centro histórico os pontos de parada obrigatórios são a casa das artistas e primas Cora Coralina, com um artefatos antigos da época em que ela viveu lá e Goiandira de Souza, com um acervo de belas obras pintadas a mão com a técnica de areia colorida, inventada por ela e que a deu prestígio internacional.
Além de arte, o contexto histórico da cidade pode ser contemplado no Museu das Bandeiras, onde era a cadeia de 1766 a 1950. Neste lugar é possível sentir no ambiente lúgubre toda a dor pelas quais os encarcerados passaram no chão de pedra, sem cama e tendo um barril como sanitário.
A cidade, apesar de histórica, contempla passeios ao ar livre, rodeado pelas nascentes de alguns rios, córregos e quedas d’água. Nas proximidades de Goiás, na sede da APA (Área de Proteção Ambiental) no município de Mossâmedes pode-se visitar a Reserva Biológica da Serra Dourada, um espaço de 144 hectares com as formações rochosas mais antigas do mundo e um laboratório de pesquisa biológica da UFG, Universidade Federal de Goiás. Neste local se encontra as espécies nativas do cerrado, flores e plantas frutíferas dificilmente encontradas em outros lugares.
O que fazer em Goiás
A cidade de Goiás traz alguns atrativos imperdíveis como a volta arquitetônica pelo centro histórico, o mergulho na arte regional de Cora Coralina e Goiandira de Souza, a degustação das comidas caseiras nos restaurantes e lojas de sobremesas, além do incrível Festival de Cinema Ambiental e a famosa Procissão do Fogaréu, uma encenação da prisão de Cristo ao som de tambores.
Casa de Cora Coralina
A Casa de Cora Coralina é um dos pontos mais visitados de Goiás. Também chamado de Casa Velha da Ponte é a casa onde a poetisa nasceu e passou grande parte de sua vida.
Nesta casa Cora Coralina passou a juventude – até o momento que foi à São Paulo – e depois quando retornou viveu até sua morte em 1985. A visita é guiada por monitores que conduzem os visitantes através dos cômodos da casa, passando pela cozinha onde se encontra as panelas de cobre que ela usava para fazer os típicos doces até o seu quarto onde ainda se encontra relíquias de vestidos que usava na época, assim como seus livros preferidos, cartas pessoais, fotos e sua máquina de escrever. End: Rua D. Cândido, 22.
Procissão de Fogaréu
A tradição da Procissão de Fogaréu advém desde 1745 e acontece sempre às quintas-feiras da Semana Santa à meia noite. O seu ritual remete a procura e a prisão de Cristo.
Nesse evento, famoso e que atrai inúmeros visitantes, 40 homens encapuzados denominados farricocos fazem o papel dos soldados romanos em busca de Cristo. Eles saem pelas ruas – já apagadas pela iluminação pública - carregando tochas flamejantes entoando em coro cantos em latim. Mais de 10 mil pessoas acompanham a procissão que se inicia no Museu de Arte Sacra da Boa Morte e termina na igreja de São Francisco de Paula. Ao todo, a procissão dura uma hora e meia e passam pela igreja do Rosário.
Igrejas Clássicas
Para apreciar a beleza arquitetônica de Goiás só passando pelas igrejas da cidade. São quatro igrejas cada uma com sua especificidade.
Igreja Nossa Senhora D’Abadia: Foi restaurada em 2003. Em destaque exibe uma pintura da Virgem Maria carregando Cristo em volta dos 12 anjos protetores. Apesar do autor ser desconhecido, a imagem admira os visitantes. Fica na Rua D’Abadia.
Igreja Santa Bárbara: Essa igreja tem uma altura considerável de 87 degraus de escada que levam a uma bela vista da cidade. Vale a pena o esforço. Fica na Rua Santa Bárbara.
Igreja São Francisco de Paula: Essa igreja se destaca pelo forro pintado, obra de André Antônio da Conceição, artista local que retratou aspectos da vida do santo. Fica na Praça Zacheu Alves de Castro.
Igreja Nossa Senhora do Carmo: Essa igreja é tão bela quanto às outras e se diferencia por um detalhe, por não ter torre, o sino da igreja fica na janela. Fica na Rua Dr. Couto Magalhães.
Espaço Cultural Goiandina de Souto
A artista tem espaço reservado na cidade pela sua dedicação e obras diferenciadas pintadas com areia colorida da Serra Dourada. Todas suas obras foram pintadas com a ponta dos dedos, o que denotam a delicadeza de suas telas.
A artista nasceu em 1915 e desde sempre se interessou por pintura. Suas obras retratam as paisagens de Goiás, local onde viveu desde os seis anos. Cresceu envolta por livros e a influência de seu pai, poeta, advogado e historiador. Sua mãe, também pintora foi primordial no incentivo da profissão de Goiandira. Aos 16 anos, recebeu sua primeira premiação e aos 18 já realiza a primeira exposição de óleo sobre tela. A técnica das pinturas com areia foi criada por ela, o que a deu reconhecimento internacional.
Dividiu seu trabalho em duas fases: a de óleo no início da carreira de 1933 a 1967 e a de areia, de 1968 a 1990. A artista trabalhou com 551 tonalidades de colorações diferentes de areia armazenados em uma vitrine, que pode ser admirado em seu atelier. Fica na Rua Joaquim Bonifácio, 19.
Site: www.goiandiradocouto.com.br
Centro Histórico
Qualquer recanto do estado é um desperdício sem visitar o centro histórico. E em Goiás não é diferente, a cidade abriga em suas pequenas ruas, imponentes estruturas arquitetônicas e espaços culturais interessantes.
O tour pelas ruas irregulares do centro histórico revela as riquezas da arquitetura das igrejas, museus e casarões.
O Museu de Arte Sacra da Boa Morte, antiga Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, exibe imagens, peças litúrgicas de prata, tocheiros e custódias de meados do século 18 e 19. As imagens foram produzidas pelo artista José Joaquim da Veiga Valle, chamado de “Aleijadinho Goiano”, pelos moradores. Fica na Rua Luiz do Couto.
Já o Museu das Bandeiras fica localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia em 1950. O museu abriga mobílias e artefatos antigos, além de painéis educativos que explicam a história da exploração dos bandeirantes em solo goiano. Fica na Praça Brasil Caiado.
Também se vê no centro o chafariz de cauda, erguido em 1788. Nas proximidades, o museu da prima de Cora Coralina, Goiandira de Couto, é referência com obras pintadas a dedo pela artista.
Palácio Conde dos Arcos
Este palácio clássico fica desocupado a maior parte do ano e recebe visitas de turistas interessados nas relíquias de porcelana e mobílias vintages. Este palácio é ocupado pelo governador por três dias no mês de julho, quando a cidade volta a ser, temporariamente, a capital do estado. Nos outros dias, o palácio é aberto a visitação e abriga cadeiras, mesas, cristaleiras francesas, porcelanas alemãs, dentre outras preciosidades do século XIX. Fica na Praça do Coreto.
Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental
Toda primeira quinzena do mês de junho todo mundo já sabe, é tempo de Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. Também chamado de FICA, o Festival acontece no Cine Teatro São Joaquim e no Cinemão dentro da Escola Estadual Alcides José. Nesse tempo são exibidos filmes ambientais e são desenvolvidas palestras e oficinas com a mesma temática. Por causa do movimento, os bares na região costumam ficar abertos até mais tarde com muita música ao vivo. O Cine Teatro São Joaquim fica na Rua Moretti Foggia, 17.
Sobremesas Artesanais
Assim como as outras cidadezinhas do estado, Goiás tem suas doceiras profissionais de mão cheia. Cada uma com sua especialidade, as doceiras atraem os turistas que levam quitutes em quantidade.
As principais doceiras são:
Dona Dita com seus doces de limões galegos recheados de doce de leite;
Dona Zilda prepara os doces cristalizados de figo e mamão;
Dona Divina resgata as receitas de rosas de coco e casquinha de laranja cristalizada;
Dona Íris é mestre nas compotas, licores e passas de caju;
Dona Augusta faz o melhor pastel doce com massa assada e recheio de doce de leite.
Todas estas maravilhas ficam dispostas no centro da cidade.
Quando ir à Goiás
Não existe, de fato, uma época em que se deva evitar ir à cidade de Goiás.
Entretanto existem períodos mais animados em que vale a pena a visita, como durante a semana santa que ocorre a Procissão de Fogaréu, uma cerimônia que simboliza a prisão de Cristo e em junho quando acontece o Festival Internacional de Cinema Ambiental.
Como Chegar em Goiás
De avião:
Opte pelo desembarque no aeroporto de Goiânia que fica a 150 km da cidade de Goiás.
De carro:
De Goiânia o acesso é pela rodovia GO-070. De Brasília o acesso é pela BR-o60 sentido Anápolis, GO-222 até a altura de Inhumas e GO-070.
De ônibus:
Vindo de Brasília e Goiânia venha pela Viação Moreira.