PELOURINHO: dicas para curtir o maior cartão-postal de SALVADOR
Viajar a Salvador e não conhecer o Pelourinho é praticamente inadmissível. É o ponto turístico mais famoso da capital da Bahia, e há uma razão para isso: mistura história, cultura e boemia em doses bem grandes.
O bairro fica localizado bem no Centro Histórico de Salvador, entre o Terreiro de Jesus e o Largo do Pelourinho, e é conhecido mundialmente pelas ladeiras, pelas igrejas e pelos sobrados coloniais barrocos coloridos que dão um charme a mais a suas ruas. Não à toa, foi declarado Patrimônio Histórico da Humanidade pelas Nações Unidas através da Unesco.
Além de ser um verdadeiro mergulho cultural no passado, o Pelô – como é carinhosamente chamado pelos locais – também se transformou em reduto da boemia soteropolitana com muitos bares e restaurantes que servem o melhor da culinária local!
Pelourinho
O nome Pelourinho indica uma estrutura em forma de coluna de pedra, onde no passado os escravos eram castigados em público e, em geral, ficavam bem no meio das praças. Antigamente havia um desses no local onde foi originado o bairro. E foi esse novo bairro o escolhido pelo então governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, como ideal para erguer a nova capital da Colônia, graças à localização estratégica no alto e próximo da Baía de Todos os Santos.
O Pelô foi por muito tempo um bairro residencial nobre, com casarões de luxo para a época, e também centro administrativo de Salvador e centro comercial. Ou seja, era o local mais importante da cidade mais importante do Brasil até a mudança do governo para o Rio de Janeiro em 1763. Na metade do século 20, a região foi se tornando mais marginalizada, já que as principais atividades econômicas se mudaram para outros bairros.
Nos anos 80 foi se tornando um grande centro comunitário e cultural para o movimento negro da cidade. E nos anos 90 teve início a revitalização do Pelourinho, com sua transformação gradual em um verdadeiro centro cultural ao ar livre e maior cartão-postal de Salvador. Além dos muitos bares e restaurantes em suas ruas próximas, o local é palco hoje de diversos museus, teatros e lojas. E, sem dúvidas, é o lugar que melhor representa a essência da cidade e do estado.
O que ver e fazer no Pelourinho
Vale frisar outra vez, o Pelô na verdade é um grande centro cultural aberto, com diversas manifestações públicas de toda a essência do que é Salvador e do que é a Bahia. Subir por suas ladeiras de paralelepípedo, visitar suas igrejas e casarões coloniais transformados em museus ou apenas curtir grupos de samba, de capoeira, de música afro ou de qualquer outra coisa que aparecer por lá já é uma grande experiência em um local tão histórico.
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De toda forma, não faltam lugares que o turista deve conhecer quando for a Salvador e passar no Pelourinho. A Fundação Casa de Jorge Amado, por exemplo, é um dos maiores pontos turísticos do bairro e representa o que pensava o famoso escritor, responsável por joias da literatura baiana como Capitães da Areia, Tieta do Agreste, Gabriela Cravo e Canela e Dona Flor e Seus Dois Maridos. No centro, há uma coleção de documentos, cursos, palestras, oficinas e exposições não só sobre seu legado, como também sobre o de sua esposa, Zélia Gattai, e da cultura da Bahia em geral. E o próprio autor viveu em um casarão bem perto dali.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é outro dos maiores destaques do bairro. Construída no século 18, com um interior cheio de azulejos portugueses e altares neoclássicos com imagens de Nossa Senhora do Rosário e de outros santos. Aos fundos do terreno há um antigo cemitério de escravos. Às terças-feiras, a partir de 18h, uma missa ao som de batuque afro é celebrada por lá e atrai bastante gente.
Uma dicas boa para as terças-feiras: nesse dia da semana o cantor Gerônimo se apresenta no Largo Pedro Arcanjo. Um bom fim de noite no Pelô também conta com a vista do pôr do sol nos barzinhos e café presentes na rua Santo Antônio Além do Carmo, com direito a panorama da Baía de Todos os Santos.
Outro destaque para a arte barroca é a Igreja e Convento de São Francisco construídos entre os séculos 17 e 18. O interior da capela é belíssimo, todo adornado em ouro e com muitos detalhes. Visitando essa verdadeira obra de arte sacra você entenderá por que ela é considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo!
No verão, as terças (além dos domingos) também representam dia de ensaio do Olodum. Imperdível para quem se encanta com a Bahia, já que o grupo representa a alma da cultura do estado. É a mais tradicional manifestação de música afro da Bahia, composto por uma mistura de batidas afro, samba e reggae. Hoje tornou-se também uma ONG responsável por combater discriminações raciais e sociais, além de promover o orgulho negro e seus direitos civis e humanos. Há também uma escola de percussão para livre expressão da comunidade afro soteropolitana. Outras apresentações de música e batuque africanos também acontecem em todo o bairro.
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No Pelô também fica a sede do Afoxé Filhos de Gandhy (com Y mesmo), um dos blocos de carnaval mais famosos de Salvador. Fundado em 1949, o grupo se inspirou nas manifestações de paz do ativista indiano Mahatma Gandhi e mistura tradições e cânticos africanos, vestindo-se com toalhas e lençóis brancos. Seus cerca de 10 mil integrantes são todos homens, com as mulheres apenas assistindo. Quando as festividades carnavalescas se aproximam há ensaios abertos do grupo – eles desfilam oficialmente aos domingos, segundas e terças durante o período.
O Terreiro de Jesus é uma das praças mais importantes do bairro. Oficialmente nomeado Praça 15 de Novembro, abriga a Catedral Basílica Primacial de São Salvador e tem imenso valor histórico na capital baiana. A Basílica é a principal igreja eclesiástica da cidade e um de seus grandes monumentos, com grande luxo e riqueza no interior. O Terreiro também é sede da Igreja do São Francisco, da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, da Igreja da Ordem Terceira de São Domingos e da Igreja de São Pedro dos Clérigos. Todas elas são grandes centros de arte que remete ao Brasil Colônia e merecem a visita.
O Terreiro ainda é casa do Museu Afro-Brasileiro, que funciona para estudar, divulgar e proteger a herança africana no Brasil e na Bahia. Para isso, conta com peças de origem naquele continente, como painéis de candomblé e outras obras relacionadas a religião e cultura. No mesmo prédio está o Memorial da Medicina Brasileira, com grande número de documentos relacionados a pratica da profissão. E na praça também fica o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA, localizado no antigo Real Colégio dos Jesuítas.
Outros museus presentes no Pelourinho são:
* Museu Abelardo Rodrigues: focado em arte sacra e que fica no Solar do Ferrão, espaço cultural e de memória da cidade;
* Museu da Cidade: contando a história de Salvador desde os tempos coloniais;
* Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira: centro de referência da herança afro;
* Museu Tempostal: busca contar a história da cidade, do estado e do país através de fotos, selos e cartões postais;
* Museu da Sexualidade: reúne fantástica coleção arqueológica de arte erótica;
* Museu da Música Brasileira: com a memória da diversidade musical baiana e brasileira;
* Museu da Gastronomia Baiana: mantido pelo Senac para explicar a essência da culinária típica local;
* Museu Eugênio Teixeira Leal: traz a história do dinheiro em moedas e cédulas do mundo inteiro, incluindo peças raras.
Vale a pena escolher alguns (ou todos se der tempo!) e explorá-los!
Além de tudo o que você pode curtir no bairro, apesar de não serem localizados no Pelourinho em si, existem outros pontos turísticos imperdíveis de Salvador bem próximos dali. O Mercado Modelo, por exemplo, fica a apenas 1 km, no bairro vizinho do Comércio, em pouco mais de 10 minutos de caminhada. Já o famoso Elevador Lacerda está a 900 metros, no Centro Histórico, e tem a função de ligar a Cidade Baixa à Cidade Alta (onde fica o Pelô) – além de proporcionar um lindo visual da Baía de Todos os Santos!
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Deu para perceber por que o Pelourinho merece tanto uma visita, não é? O verdadeiro coração de Salvador encanta a todos que o conhecem com sua mistura riquíssima de cultura e história, além da boemia e gastronomia para encerrar a viagem sabendo o que a Bahia tem!