CHAPADA DOS VEADEIROS: o que saber antes de ir e o que fazer
A Chapada dos Veadeiros está no noticiário nacional nos últimos dias por um motivo muito triste. As queimadas que vêm destruindo um bom pedaço da região ameaçam um dos ecossistemas mais ricos e belos do Brasil, e que é destino tão procurado por turistas em busca de contato com a natureza e um pouco de sossego.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros fica bem no meio do país, na região central do estado de Goiás, e é formado por mais de 65 mil hectares de cerrado divididos entre os municípios de Cavalcante e Alto Paraíso – e ambas servem como base para quem visita a região, principalmente a segunda. Entre incontáveis rios, cachoeiras, trilhas, morros, formações rochosas, vales e piscinas naturais, não há muitas dúvidas do motivo de ser destino tão popular hoje em dia.
Quem visita a Chapada tem acesso aos mais diversos esportes radicais, além da observação de uma das faunas e floras mais ricas do Brasil. Para relaxar ou se aventurar, para buscar adrenalina e contato com a natureza como poucos lugares oferecem, o Parque definitivamente é uma das melhores opções de viagem que temos. Então fique por dentro do que precisa saber para se planejar.
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Como chegar a Chapada dos Veadeiros
A principal forma de acessar o Parque se dá pelo povoado de São Jorge, que faz parte de Alto Paraíso. Apesar de se localizar em Goiás, o aeroporto mais próximo é o Juscelino Kubitschek, em Brasília, a 220 km de distância. De lá, são aproximadamente duas horas e meia de estrada através das rodovias BR 010 e GO 118. E o ideal é mesmo alugar um carro para explorar toda a região, embora seja possível curtir o passeio sem.
Caso vá de Goiânia, são quase seis horas de viagem seguindo pelas BR 120, BR 010 e GO 118. Para quem não quer dirigir, existem ônibus levando até lá a partir tanto da capital do Brasil quanto da de Goiás. De Alto Paraíso a São Jorge são mais 40 km, enquanto até Cavalcante, caso escolha a cidade como base, são mais cerca de 90 km.
Quando ir e o que levar
A época ideal para visitar a Chapada dos Veadeiros é entre abril e outubro, por ser período de seca. Assim, fica mais fácil curtir os rios e cachoeiras sem risco de trombas d’água, que inclusive podem restringir o acesso a muitos deles. Além disso, toda a vegetação fica mais bonita nesses meses. Para quem só pode ir no verão, as cascatas ficam mais volumosas com a precipitação. Mas, além do risco e de serem proibidas para banho, ainda há o incômodo das trilhas estarem molhadas e alguns pontos intransponíveis.
Para fazer as malas, é bom pensar em todo o material necessário para as trilhas. Botas ou tênis adequados, roupas confortáveis, repelentes, cantil de água e até lanternas são itens indispensáveis. Sunga ou bíquini e protetor solar também são bem vindos para aproveitar o máximo das cachoeiras. E, dependendo da época, capa de chuva pode ser de grande ajuda para proteger a mochila e os seus pertences na hora da caminhada.
O que fazer na Chapada dos Veadeiros
Baseado em Alto Paraíso, é possível se hospedar em pousadas bastante aconchegantes e em conta para o bolso. No caso de São Jorge, a vila é mais alternativa e esotérica, com muitos campings e casas para alugar – mas também mais próxima da entrada do Parque.
Em geral, o próprio setor hoteleiro consegue oferecer guias para contratação, o que pode vir a calhar na hora de explorar a região. Mas também há a possibilidade de alugar um veículo 4×4 para fazer tudo por conta própria.
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Para começar, um dos passeios mais fáceis e próximos de Alto Paraíso é o para Loquinhas. São pequenas cachoeiras e poços de águas cristalinas e não há necessidade de guia – o caminho é bem indicado e fica apenas 5 km distante da cidade. O lugar é adequado para quem chega no meio da tarde na Chapada e ainda quer aproveitar o dia, mas não dá para fazer os tours mais longos.
Outro lugar que dá para visitar sem guia são as cachoeiras Almécegas I e II, dentro da Fazenda de São Bento (entrada paga). A primeira está entre as mais belas de toda a Chapada, com uma piscina natural bastante funda e ainda a prática de rapel para os mais aventureiros. Com mais 7 km de carro chega-se à segunda, com o bônus de uma terceira queda, a de São Bento, um pouco depois.
Um pouco mais distante da cidade, mas não menos bonita, é o complexo de cachoeiras do Macaquinho. São 44 km de estrada e o local é pouco conhecido, mas há sinalização para chegar sem guia. Bastante reservada e pouco procurada, existindo até uma cascata própria para nudismo. Não muito longe fica a Catarata dos Couros, que apresenta uma das paisagens mais exuberantes da região – com poços fundos e rasos para nadadores de todos os níveis.
Na hora de trocar a base para São Jorge, não deixe de parar durante o caminho no Jardim de Maytreia. É considerado um cartão-postal da Chapada dos Veadeiros, e o local é recheado de esoterismo com sua campina de flores coloridas cercada de morros. É possível parar na estrada para observar toda a sua beleza.
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Chegando em São Jorge, a primeira opção de passeio pode ser o para a Trilha dos Cânions. Ela inclui a Cachoeira da Carioca com seu imenso poço de águas transparentes e geladas. A Trilha dos Saltos também fica próxima e merece a visita de quem tem mais tempo na agenda.
Já o Vale da Lua pode ser considerado o ponto mais famoso de toda a Chapada dos Veadeiros. Sua paisagem de formações rochosas lembra o solo lunar, daí o nome que recebeu. Cheio de túneis e piscinas naturais, o local definitivamente compensa toda a viagem com sua beleza exótica – e não precisa de guia.
O Mirante da Janela é outra alternativa bem interessante e próxima da vila. O caminho passa pela Cachoeira do Abismo, e ao chegar é possível observar todo a vista panorâmica da região através dos buracos nas rochas, com o olhar diretamente para os Saltos do Rio Preto. E são dois, um de 120 metros e outro de 80, com corredeiras e piscinas naturais. Há uma trilha que leva até perto de ambos.
Quem tem mais tempo, pode experimentar a intensa Travessia das Sete Quedas, com 24 km percorridos em mais ou menos dois dias de trekking. Por necessitar de pernoite no Parque é preciso agendar a estadia, com limite para 15 pessoas e períodos específicos em que é possível fazê-la.
Já para quem vai até Cavalcante, a principal atração perto da cidade é a Cachoeira de Santa Bárbara. O poço é ótimo para nadar, mas a trilha exige acompanhamento de guia e a parada para banho é de apenas 40 minutos. No mesmo passeio dá para visitar a Cachoeira da Capivara, outra beleza do local. Realmente vale a pena esticar a viagem até lá para conhecer as duas.
Toda a Chapada dos Veadeiros é cercada de misticismo, então sempre encontram-se muitos turistas que estão lá para banhos em águas termais, tratamentos holísticos e espirituais, entre outras esoterismos. Para quem gosta, é um prato cheio, com diversas agências de turismo oferecendo serviços do tipo.
E, é claro, existem muitas outras atrações na Chapada para quem deseja experimentar ainda mais. Entre o Morro da Baleia, o Encontro das Águas, a Fazenda Miraflores, a Cachoeira dos Cristais, a Cachoeira da Água Fria, o Poço Encantado, o Raizama, a Trilha da Seriema, o Rio do Prata, as cachoeiras Anjos e Arcanjos, Cachoeira São Félix e muito mais, não falta o que fazer… basta pesquisar e escolher onde prefere ir, com a certeza de que vai se deslumbrar.
Depois do anoitecer…Não há muita vida noturna na região da Chapada – ao menos não em relação a boates. Mas, o agito é garantido. A vila de São Jorge reúne a galera mais jovem e alternativa, com seus bares sempre cheios e animados. Em Alto Paraíso, com mais estrutura, existem também barzinhos e restaurantes para os turistas pararem quando retornam dos passeios diurnos.
Para comer há de tudo um pouco, com uma gastronomia bastante variada. Também é possível experimentar comidinhas do campo, produzidas nas fazendas locais. As cidades também são boas para compras, principalmente de artigos esotéricos e de produtos artesanais e rurais.
Depois de passear, comprar, comer e beber, é só voltar para a hospedagem e restaurar as energias antes do próximo passeio na manhã seguinte. Com tanta coisa para ver e fazer, o normal é sentir que faltou tempo para conhecer a Chapada dos Veadeiros como gostaria. É preciso voltar de novo, e de novo, e de novo…